Representantes do Condephaat vistoriam “Casa Grande”

Representantes do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico) estiveram no final do mês de março vistoriando a “Casa Grande” de Ribeirão Grande.

A construção histórica com mais de 230 anos é uma das mais importantes estruturas arquitetônicas da região e do Estado por apresentar características muito peculiares.

A Casa Grande foi construída por volta de 1780, fase final do ciclo do ouro na região, durante esse período muitos exploradores deixaram a região das Minas partindo para outras localidades em busca de novas descobertas, outros, porém, partiram para as atividades agrícolas, ocupando pouco a pouco as terras produtivas dos atuais municípios de Capão Bonito, Guapiara e Ribeirão Grande. Segundo dados históricos do antigo proprietário da Casa Grande, essas terras haviam sido concedidas a ele como sesmaria pelo Governador Geral da Capitânia de São Paulo – Martim Lopes Lobo de Saldanha, mediante requerimento na Câmara de Itapetininga.

Segundo informações levantadas pela reportagem d’O Expresso junto à prefeitura de Ribeirão Grande, o tombamento é pleiteado desde 1983, mas só no fim de 2016 iniciou-se oficialmente o processo.

“O processo de restauração deve ser iniciado e a coordenadora de Turismo Sonia Araújo quer o envolvimento da comunidade para resgatar o sentimento de propriedade do monumento por parte dos munícipes”, destacou a prefeitura.

Após audiência com moradores do bairro notou-se que toda a vivência da comunidade dentro da Casa Grande é o que de fato dava vida ao casarão e todas as atividades desenvolvidas na casa fazem parte da sua história.

“É o museu vivo e a derrubada da cerca de interdição será a queda do ‘muro de Berlim’ que separa a história vivida dentro e fora da Casa Grande se a sociedade não se envolver a casa cai”, destacou o vereador Afonso Gabriel Xitão, que está otimista com a recuperação do prédio histórico.

Segundo representantes do Condephaat, a preservação é importante para que esse conjunto de bens continue fazendo parte da vida das pessoas, inclusive adquirindo novos usos e significados.

“Um exemplo ilustrativo, na cidade de São Paulo, é a Estação da Luz. Tombada pelo Condephaat, continua exercendo a função original de entroncamento ferroviário, mas também abriga o Museu da Língua Portuguesa e uma estação de Metrô”, explicaram.

O tombamento é um ato administrativo realizado pelo poder público, com o objetivo de preservar para a população bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e até afetivo.

A intenção é impedir que esses bens venham a ser destruídos ou descaracterizados.

CONDEPHAAT

O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico tem a função de proteger, valorizar e divulgar o patrimônio cultural no Estado de São Paulo.

Nessa categoria se encaixam bens móveis, imóveis, edificações, monumentos, bairros, núcleos históricos, áreas naturais, bens imateriais, dentre outros.

Desde 1968 o Condephaat já tombou mais de 500 bens. Eles formam um conjunto de representações da história e da cultura no Estado de São Paulo entre os séculos XVI e XX.

As cidades que possuem bens tombados encontram-se representadas no mapa do Estado de São Paulo.

 

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