A síndrome do pânico, como é popularmente conhecida, é um dos transtornos de ansiedade descritos no DSM-5 – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. A principal diferença entre a ansiedade comum e um ataque de pânico está na intensidade dos sintomas, que podem incluir aceleração dos batimentos cardíacos, falta de ar, tremores nas mãos, entre outros.
Durante um ataque de pânico, os sintomas atingem tal intensidade que a pessoa pode perder momentaneamente a capacidade de tomar decisões simples, como pedir ajuda ou realizar movimentos coordenados. As manifestações mais comuns incluem visão turva, desorientação espacial e confusão mental.
De acordo com o portal Drauzio Varella, os ataques de pânico tendem a ocorrer de forma súbita e imprevisível, podendo ou não estar associados a traumas anteriores. Nesses episódios, o corpo entra em estado de alerta extremo, o que, muitas vezes, exige o auxílio de terceiros.
Um caso recente que ganhou repercussão na mídia ocorreu no dia 28 de maio. A modelo montenegrina Tijana Radonjic, de 19 anos, morreu após despencar de aproximadamente 45 metros durante uma prática de parasailing – atividade esportiva em que a pessoa é içada por um paraquedas preso a uma lancha. Tijana gravava um vídeo promocional para uma empresa de turismo em Budva, na costa do Mar Adriático. Segundo testemunhas, ela parecia tranquila antes do voo e seguia normalmente as instruções da equipe. No entanto, já em pleno ar, teria sofrido uma aparente crise de pânico. Imagens divulgadas nas redes sociais mostram a jovem tentando se soltar dos equipamentos, retirando o colete salva-vidas e desafivelando o cinto de segurança que a prendia ao paraquedas.
A psicanalista Ana Tomazelli, fundadora do Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas (Ipefem), explica que o diagnóstico da síndrome do pânico é complexo, demorado e nada linear. “Mesmo com instrumentos criados para identificar o transtorno, o diagnóstico em saúde mental exige consultas regulares e avaliação constante das condições físicas e emocionais do paciente, a fim de captar nuances que podem ser determinantes para o tratamento”, disse em entrevista ao portal UOL.
Ao perceber os sintomas, é fundamental procurar atendimento médico especializado em psiquiatria ou psicologia. Exames clínicos para verificar níveis hormonais e vitaminas também são importantes no processo diagnóstico. “É sempre importante lembrar que a saúde mental está intimamente ligada à saúde física. Uma deve ser entendida em relação à outra, dentro de um conceito de saúde integral”, reforça Tomazelli.
Quando não tratado, o transtorno pode gerar consequências graves a longo prazo, como o isolamento social e a deterioração da saúde física. Entre os impactos estão a perda de autonomia, redução da mobilidade e declínio das funções cognitivas. “As relações interpessoais se tornam um desafio, já que habilidades como se comunicar com clareza ou manter a calma em situações adversas podem se tornar inviáveis”, acrescenta a psicanalista.
Com o tempo, o paciente pode desenvolver comportamentos agressivos e se tornar incapaz de manter as responsabilidades da vida adulta, gerando sofrimento para si e para os que convivem com ele. Ana Tomazelli destaca que mudanças no estilo de vida são fundamentais. “Elas não apenas auxiliam no tratamento da síndrome do pânico e dos transtornos de ansiedade, como são essenciais para a prevenção e manutenção da saúde a longo prazo. Um estilo de vida saudável garante mais longevidade, autonomia física e equilíbrio mental”, conclui.