Todos iguais

A prisão do bilionário brasileiro Eike Batista esta semana deixou muitos brasileiros atônitos. Ninguém poderia imaginar há alguns meses que um dos homens mais ricos do mundo, que até algum tempo estava no rol das 10 maiores fortunas em todo o planeta estaria atrás das grades e o pior, numa cela destinada a presos comuns, ou seja, para aqueles detentos que não têm curso superior.
O empresário foi até algum tempo o símbolo do Brasil de sucesso, principalmente nos governo petistas, fez fortuna negociando com os donos do poder no setor de petróleo e obras públicas. Suas empresas tinham sempre a letra X em parte de seu nome e ele juntamente com seus familiares faziam questão de expor sua riqueza em revistas de celebridades com direito até mesmo a colocar um carro dentro da sala de sua mansão. No Brasil até pouco tempo era dito por todos que as prisões nunca atingiam poderosos que podem contratar bons advogados, mas depois da apuração pelo Poder Judiciário de escândalos como do Mensalão e agora mais recentemente da Lava Jato este estigma caiu, pois muitos homens que até pouco tempo atrás eram os mais poderosos do país foram parar atrás das grades.
A detenção do milionário brasileiro dá um sinal claro de que os ventos recentes felizmente estão mudando a nossa nação. Todos os cidadãos, sejam eles ricos ou pobres, iletrados ou com curso superior, poderosos ou cidadãos comuns estão sujeitos as mesmas leis e também são sujeitos as mesmas punições. Um dos fatos interessantes de prisões recentes como a do bilionário Eike Batista é que a operação Lava Jato está fazendo com que caia por terra também alguns mitos relacionados ao empresariado brasileiro, classe essa que era poupada em escândalos anteriores.
Se ocorreram desvios por parte da classe política eles aconteceram por uma ação efetiva de empresários que levaram enormes vantagens em seus negócios graças a terem pago propinas a servidores públicos e políticos, portanto, o empresariado brasileiro também precisa fazer uma reflexão de sua forma de agir se também quiser ser visto com melhores olhos por todos os brasileiros. Um país se torna realmente desenvolvido quando existe uma ética coletiva que se forma ao longo de anos. Quem sabe um dia todos nós brasileiros sejamos conscientes de que devemos ter um comportamento adequado que vai desde não jogar um papel no chão, de dar lugar para os idosos no transporte público e tantas outras coisas simples que a maioria se esquece de fazer e até mesmo coisas maiores como não se corromper ou não tentar corromper.
A sensação que muitos brasileiros tiveram com a prisão do bilionário “Senhor X” é que somos todos iguais perante a mão forte da lei. É um avanço, mas precisamos muito mais para sermos um país desenvolvido e onde todos os cidadãos são tratados com o devido respeito, mas apesar dos pesares com certeza estamos no caminho certo, mesmo que a passos ainda lentos.

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