Aos 62 anos, mulher de Itapetininga comemora o Dia das Mães grávida de uma menina

Celebrado em 11 de maio, o Dia das Mães deste ano promete ser ainda mais emocionante para uma família de Itapetininga. Em meio a histórias de amor, superação e renascimento, uma mãe de 62 anos vive a doce espera por sua sexta filha – uma gestação marcada pela fé, pela ciência e pelo sonho que nunca foi deixado para trás. Carmem Bueno está grávida de Miriam; a gestação, considerada rara, representa um marco: até agora, ela é a gestante com mais idade identificada no Brasil em 2025.

O caso chama a atenção não apenas pela idade da futura mãe, mas também por ilustrar uma tendência crescente no país: o aumento da maternidade tardia, impulsionado pelos avanços da medicina reprodutiva. Segundo dados da Anvisa, entre 2020 e 2024, o número de gestações clínicas em mulheres com mais de 35 anos, a partir do descongelamento de embriões, aumentou 72,74% no Estado de São Paulo – de 3.665 para 6.331 casos. O estado concentra 75% dessas ocorrências na região Sudeste.

Para Carmem, a nova gravidez representa um recomeço. Após criar três filhos biológicos de um casamento anterior, adotar uma menina e acolher o irmão biológico dela, ela e o marido, Jefferson, decidiram tentar uma nova gestação. “Parece que eu tenho 16 anos de novo”, relata Carmem, emocionada. “A Miriam já tem até lugar no porta retrato. Cada ultrassom é uma festa. Estamos vivendo um renascimento.”

A gestação de Carmem foi possível graças a uma clínica em reprodução assistida. O responsável pelo tratamento é o Dr. Lister Salgueiro, especialista em Reprodução Humana e pioneiro na área. “Hoje, é praticamente inviável para mulheres com mais de 50 anos engravidarem sem ajuda da ciência”, explica. Ele ressalta que técnicas como o congelamento de óvulos e embriões, além da ovodoação, vêm transformando o cenário da fertilidade no Brasil.

Apesar dos cuidados redobrados exigidos pela idade, a gravidez de Carmem segue com acompanhamento médico constante. “Trata-se de uma gestação de risco, mas com os recursos atuais, é possível garantir segurança à mãe e ao bebê”, afirma Salgueiro. Para ele, o suporte emocional também é essencial durante todo o processo.

Neste Dia das Mães, o abraço de Carmem carrega novos significados. “Me sinto belíssima e muito feliz. Deus me deu meus filhos certinho e agora para fechar com chave de ouro, mais uma menina”, comemora.

A história de Carmem é, segundo o Dr. Lister, um exemplo claro do impacto da ciência na vida das famílias. “O amor de mãe não tem idade. E com a medicina ao lado, também não tem limites. A ciência reacende sonhos, resgata esperanças e dá novas formas ao afeto. Quando o tempo do coração encontra o tempo da ciência, tudo pode acontecer”, conclui.

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