Desde os primeiros anos de vida, a visão desempenha um papel essencial no desenvolvimento infantil, influenciando diretamente a aprendizagem, a socialização e a percepção do mundo ao redor. No entanto, muitas crianças convivem com dificuldades visuais sem sequer perceberem que há algo errado. As doenças refrativas, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, podem estar presentes desde o nascimento, mas, sem um diagnóstico precoce, a criança cresce acreditando que enxergar de forma embaçada é normal. Esse atraso na identificação do problema pode impactar seu desempenho escolar e sua qualidade de vida, tornando fundamental a conscientização sobre a importância do exame oftalmológico infantil.
De acordo com o oftalmologista especialista em cirurgia refrativa, Dr. Fernando Tarcha, o diagnóstico precoce é fundamental para uma melhor qualidade de vida da criança. “É importante os pais garantirem o acompanhamento oftalmológico no período da infância, além de ficarem atentos aos sinais que podem indicar problemas oculares”, alerta o oftalmologista.
O médico cita algumas situações que podem ter relação com a dificuldade para enxergar: se aproximar demais quando vai observar algo; cair ou tropeçar com frequência; olhos que coçam ou lacrimejam constantemente; piscar muito em ambientes claros; queixas de dor de cabeça.
Na idade escolar, a redução da capacidade visual pode causar desinteresse pelas atividades de leitura e escrita, interferir no aprendizado e na realização de tarefas que exigem atividades motoras, como jogar bola.
“Os exames oftalmológicos são essenciais para avaliar a saúde dos olhos e identificar alterações que podem indicar problemas de visão. Quando recomendado pelo médico, o uso dos óculos ajuda a corrigir o grau, contribui para o desenvolvimento visual e cerebral, além de possibilitar que a criança descubra um mundo novo à sua volta”, complementa o oftalmologista.
Segundo o especialista, as doenças refrativas mais comuns na infância são: Astigmatismo – causa distorção da imagem; Hipermetropia – dificulta a visão de perto; Miopia – dificulta a visão de longe.
Essas condições visuais são causadas por problemas no formato do olho ou da córnea, camada transparente que cobre a parte frontal do globo ocular. O astigmatismo, a hipermetropia e a miopia são classificados como de grau baixo, moderado ou alto, sendo que a alteração da visão pode aumentar à medida que o olho cresce. O médico explica que “geralmente o grau se estabiliza entre os 18 e 21 anos. A partir dessa idade, se ele estiver estável, o paciente que deseja deixar de usar os óculos ou as lentes poderá conversar com o oftalmologista sobre a realização da cirurgia refrativa”.
Dr. Fernando Tarcha reforça, no entanto, que no período da infância é muito importante utilizar os óculos para corrigir o grau. Nesta fase da vida o sistema visual ainda está em formação e a falta do dispositivo, quando seu uso é indicado, pode causar ressecamento dos olhos, visão prejudicada, dor de cabeça e até deficiência visual permanente. Vale lembrar que o primeiro exame oftalmológico deve ser realizado entre 6 e 12 meses de vida, sendo que a partir dos três anos, a recomendação é passar por consultas periódicas com o oftalmologista a cada seis meses.