Uma cooperativa agrícola de Ribeirão Grande implantou um programa de coleta seletiva, no qual todo o lixo dos moradores é separado, passa pelo processo de compostagem e é transformado em material orgânico.
O programa é feito desde 2009, mas desde o ano passado a cooperativa tem fornecido o composto excedente aos cooperados para ser usado como substrato para a produção de mudas.
De acordo com a engenheira agrônoma Raquel Cristina Scudeler, o trabalho necessita de poucos recursos financeiros.
“Não é feito nenhum tratamento externo. Ele é todo feito pela decomposição da matéria orgânica e a fermentação. Apenas quando está seco que é acrescentado água. Então, eu tenho o alimento, que é do próprio lixo orgânico, e o trabalho da manutenção desse lixo que vai se tornando composto. Ele vai diminuindo de tamanho e chega a um ponto que parece borra de café”, explicou.
A coleta seletiva é realizada semanalmente pelos coletores da prefeitura e a triagem dos materiais recicláveis é realizada no barracão da cooperativa.
O transporte dos resíduos de todas as regiões envolvidas da cidade, até a usina de compostagem, é feito com a utilização de dois caminhões, sendo um compactador e um caminhão gaiola. Em seguida, o material passa pela triagem e pelo tratamento de compostagem, o qual disponibiliza composto para ser aplicado nas praças, jardins de escolas, repartições públicas da cidade e para a produção de mudas.
Ainda segundo a engenheira, foi construída na área da cooperativa uma estufa, onde são produzidas mudas.
Segundo a agricultora Rosa Maria Ferreira da Silva, a com-postagem ajuda na sua plantação de repolhos. “A compostagem está ajudando muito a minha plantação. Através dessa estufa que fizeram, eu estou trabalhando nas mudas e posso ajudar a minha família com o dinheiro que investem aqui. Ajuda a manter nossa família. Está sendo muito útil pra gente que está plantando”, diz.
Além de ajudar famílias produtoras da cidade, a cooperativa promove visitas de estudantes de escolas municipais e estaduais para aprenderem como funciona a cooperativa.
Para o catador Samuel Morato da Silva, além do reaproveitamento de um material que seria perdido, o maior benefício que o projeto traz está ligado ao aprendizado que as crianças recebem.
“A nossa intenção é sempre trazer as crianças para a cooperativa, que é diferente de ir até a escola fazer a palestra, pois eles podem ver de perto como a compostagem é feita. Além disso, eles podem ver como é feita a separação e o quanto eles ajudam o município quando o lixo é separado corretamente”, destacou.