Ficou faltando

Nos últimos 8 anos a administração municipal de Capão Bonito conseguiu avançar em muitos aspectos, como obras de infraestrutura, um grande programa de construção de creches, diminuição dos índices de mortalidade infantil e tantas outras conquistas que são identificadas pela população da cidade sem muita dificuldade.
Mas num ponto o município não conseguiu uma solução a contento, embora tenha conseguido nos últimos anos remediar a problema. Trata-se do transporte coletivo na zona urbana da cidade, que está sendo feito de forma deficitária.
Não é de hoje que a cidade sofre com os seguidos abandonos de empresas que deixaram de realizar o serviço por alegar que o mesmo é deficitário.
Quando o atual prefeito assumiu o mandato herdou a cidade sem transporte coletivo já que a empresa que estava fazendo o serviço havia o abandonado devido ao prejuízo que estava levando.
Cidades de porte médio, como Capão Bonito e Itararé, são as que mais sofrem com este tipo de problema, pois não atingem um índice populacional razoável e, consequentemente, não detêm um número de usuários de transporte coletivo suficiente para que seja compensador ao ponto de ser explorado pela iniciativa privada.
Não é à toa que as duas cidades que são quase idênticas economicamente e populacionalmente são as que mais sofrem com este tipo de problema na região.
Em Capão Bonito as ações de taxistas clandestinos, o volume de passageiros isentos e o aumento das frotas de carros e motocicletas nos últimos anos, sem que a cidade tenha crescido na mesma proporção, são empecilhos que tornam o problema ainda maior.
Há que se combater o transporte irregular que acarreta danos para os usuários do transporte coletivo, mas mesmo que o combate aos clandestinos seja eficiente, não há a curto prazo uma solução para o problema se não houver um subsídio dos cofres municipais para qualquer que seja a empresa que se habilite a obter a concessão do serviço. Esporadicamente alguma empresa pode tentar prestar o serviço de forma provisória, mas assim que se passarem alguns poucos meses e ela começar a fazer os primeiros balanços financeiros voltará ao gabinete do executivo municipal pedindo realinhamento de preços para poder continuar prestando o serviço. O atual cenário econômico do país ainda piora as coisas, pois qualquer atividade produtiva no Brasil está à beira do déficit.
Os futuros governantes deverão pensar em solucionar o problema de uma forma efetiva, com trajetos que sejam mais técnicos e atendam o maior número de pessoas possíveis deixando de lado possíveis pedidos meramente políticos, combate duro e eficaz aos clandestinos, serviços de qualidade para atrair mais usuários e por fim concessão de subsídios, que muitos rejeitam, mas que inclusive já foram aprovados pela Câmara local.
Se estas ações forem implantadas quem sabe no futuro teremos um sistema de transporte coletivo que seja eficiente e atraia até mesmo pessoas que hoje possuem veículos particulares para seu transporte e não usam o transporte coletivo devido a seu serviço precário.
É algo que precisa ser pensado agora para ser executado nos próximos anos, pois afeta uma parcela significativa da população local.

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