Na edição deste semanário da semana passada foi dada ampla divulgação à matéria jornalística em que o governo municipal se reuniu com proprietários de um loteamento que está paralisado há anos na cidade e enfrenta problemas de infraestrutura e até mesmo de invasões, no caso o Parque das Nações.
Não é de hoje que a cidade tem sofrido com loteamentos feitos há mais de 30 anos e que estão causando transtornos nos dias atuais. As regras para efetivação deste tipo de empreendimento em décadas passadas eram muito menos rígidas do que as atuais e também não houve por parte da prefeitura em gestões passadas a devida fiscalização para que não proliferassem problemas para os cidadãos que comprassem os terrenos.
Recentemente o município teve que arcar junto com a Sabesp com toda implantação do sistema de água tratada no Jardim Santa Isabel após desacordo entre a empresa concessionária e os loteadores. Por fim, o município teve que fazer uma ação que teve elevado custo para que os moradores do local não ficassem desamparados e sem a mínima estrutura, que no caso é o fornecimento de água tratada. Sem falar em coleta e tratamento de esgoto e pavimentação de ruas que nem está em planejamento por parte da municipalidade.
No caso do loteamento Parque das Nações que fica ao lado do Jardim Europa, além dos problemas com serviços de infraestrutura, como água, esgoto e energia, estão ocorrendo invasões de lote e construções irregulares por mais uma omissão dos proprietários do empreendimento.
Já há um bom volume de problemas que o município terá que arcar no futuro, pois cidadãos foram ludibriados ao comprarem lotes como sendo de um local totalmente regular, o que não é o caso do referido empreendimento.
Até mesmo empreendimentos mais novos do início deste século apresentam sinais de falhas, pois foram autorizados sem que fosse implantado o sistema de coleta de esgoto, o que terá que ser feito num futuro breve. Resta saber se isto mais uma vez não ficará a cargo da municipalidade e não dos loteadores, que certamente auferiram bons lucros com as vendas dos lotes.
Uma coisa deve ser certa de agora em diante, não permitir qualquer tipo de concessão que possibilite menos despesas e consequente lucro maior para os empreendedores, mas que redundarão um custo para os cofres municipais. É bom sempre lembrar que os recursos da prefeitura são de todos os cidadãos e, portanto, não podem servir para corrigir erros e fazer obras que teriam que ser bancadas por empresários que ganham um bom volume de recursos, mas deixam de lado suas obrigações.
Como infelizmente não podemos voltar no tempo, o que cabe à opinião pública e às autoridades é fiscalizar devidamente os novos empreedimentos e tentar estancar os atuais para que a coletividade não tenha que bancar por falhas que foram cometidas até mesmo propositadamente por alguns empresários.
Quanto aos atuais ajustes que foram feitos no Jardim Santa Isabel e devem ser feitos no Parque das Nações, não se pode esquecer que existe no local um grupo de moradores que foram lesados e precisam ser atendidos.