O governo das pessoas

Eleitos, os próximos prefeitos estão preocupados com a grave crise econômica que se instalou no país e que vem afetando a questão financeira de todas as Prefeituras brasileiras.
Algumas vão fechar as contas, outras não e muitas já estão literalmente quebradas e endividadas. 2017 promete!
Será um verdadeiro festival de aperta ali, corta aqui, ajusta acolá… Os mandatários se tornarão malabaristas e perderão boas noites de sono em nome da austeridade fiscal.
Com a falta de grana, exige-se no mínimo criatividade para oferecer serviços públicos de qualidade, portanto, é hora de fazer do limão uma gelada limonada, aproveitando a temperatura que não para de subir nesse início de horário de verão.
Chegou o momento repensar o papel do funcionalismo público e olhar com mais atenção para as pessoas que estão por de trás do balcão.
A classe de servidores municipais é coração da Prefeitura e, infelizmente, a grande maioria está desmotivada por uma série de fatores, inclusive pela falta de inspiração.
Os novos prefeitos terão papel fundamental na criação de um novo ambiente, ou melhor, um ambiente inspirador para o funcionalismo, não apenas por meio das palavras, diálogos ou sermões, mas pelo exemplo da prática e de sua liderança.
Como realizar transformar o desprovido ambiente de hoje numa lavoura de alta produtividade sem o despertar de novos talentos?
As urnas deram o recado: menos tijolo e mais humanidade.
Para que o novo gestor construa uma cidade próspera e com oportunidades, é necessário engajar as pessoas e sintonizá-las na mesma filosofia.
Os municípios com os melhores índices de qualidade de vida do mundo investem em gestão de pessoas e na criação de equipe de alto performance.
Em Amsterdam, na Holanda, os gestores de cada setor público andam pelas repartições e verificam a qualidade do serviço e também se reúnem constantemente com a equipe para os “brainstorming” semanais.
Os novos governos municipais que vêm por aí terão, como premissa, olhar nos olhos dos servidores e entendê-los como cidadãos.
Não dá mais para ficar somente no memorando interno e nos despachos burocráticos.
Vivemos um momento delicado no setor público e se os prefeitos não se tornarem as verdadeiras lideranças que são, transpirando inspiração e motivação, corremos o risco de continuar “chovendo no molhado” e amargando a chatice de ter que ir ao Posto de Saúde, à Creche, à Escola, à Promoção Social, ou a qualquer outra repartição.
Os governos que virão serão os governos das pessoas e em ambientes inspiradores.
Ainda temos o servidor baixo clero que trabalha unicamente pelo dinheiro, mas na maioria dos casos o dinheiro não é mais o centro, mas sim a felicidade, o prazer e a inspiração.
A mudança começa pelos prefeitos eleitos. Distribuam inspiração!

Francisco Lino é Jornalista

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