Nessa entrevista exclusiva ao jornal O Expresso, a prefeita eleita de Ribeirão Grande, Eliana Santos Silva (PSDB), diz que realizará um choque de gestão para enfrentar a crise econômica e afirma que suas prioridades serão nos setores da Saúde e Educação.
O Expresso – Como avalia a campanha eleitoral deste ano?
Eliana Santos – Apesar dos contratempos para combater boatos contra a nossa candidatura, foi a campanha mais calma e tranquila da minha vida. Não tivemos desentendimento entre eleitores, como nas campanhas anteriores.
O único contratempo mesmo foi o fato dos nossos adversários espalharem o tempo todo que eu estava impedida e cassada.
Por isso, diversas vezes tive que usar o rádio e as redes sociais para explicar que estava tudo direitinho com a nossa candidatura. Mas de resto foi uma campanha muito tranquila.
OE – O que você achou do resultado?
Eliana Santos – Com todo respeito e humildade, já esperávamos por esse resultado. Durante a campanha analisamos o quadro político e de apoiadores e a projeção que realizamos antes mesmo do início das eleições, já apontava uma boa expectativa e no final, ainda conseguimos aumentar a vantagem e obter 75% dos votos válidos.
É uma marca histórica em Ribeirão Grande. Essa vantagem também aumenta a nossa responsabilidade.
OE – Quais serão as suas primeiras medidas administrativas?
Eliana Santos – Antes de falar das primeiras medidas, quero dizer que o que vai nortear a escolha da minha equipe de governo é a competência técnica. Não tenho compromisso com nenhum partido aliado com relação a nomeação de cargos. Desde o início eu disse que a situação financeira da prefeitura estava muito difícil. Precisamos urgente de um choque de gestão e só fazemos isso com pessoas qualificadas em cada um dos setores.
Nesse primeiro momento vamos realizar um levantamento completo sobre a situação financeira e estrutural da prefeitura para depois pensar nas primeiras ações de governo. Mas adianto que além da Saúde, em janeiro também vamos nos dedicar para preparar o início do ano escolar de 2017. Tem transporte escolar, merenda e toda a logística do setor de Educação.
OE – Como está sendo feita a transição de governo?
Eliana Santos – Protocolamos o ofício nesta semana e o atual prefeito já assinou e publicou o decreto autorizando o início da transição. Montamos uma equipe de cinco pessoas para acompanhar todo o trabalho de transição. Não vamos ter acesso a tudo, mas temos que ter uma noção para iniciar o planejamento do próximo mandato, principalmente, com relação à questão financeira.
OE – Quais serão as prioridades do seu governo?
Eliana Santos – Digo que a Saúde está em primeiro lugar devido ao número de reclamações que ouvimos no decorrer da campanha.
Quero oferecer uma saúde decente à nossa população. Oferecer medicamentos básicos, ter um transporte seguro e um atendimento de qualidade. A Educação também será prioridade nesse início de mandato.
OE – Como será sua relação com a Câmara Municipal?
Eliana Santos – Será muito boa. Seremos parceiros e vamos compartilhar a expectativa de resgatar o desenvolvimento em Ribeirão Grande. Desde o início da campanha mostramos a importância da boa relação do Executivo com o Legislativo para o bem do município. Todos os vereadores terão portas abertas e vamos precisar das ideias e sugestões. Sempre estive aberta ao diálogo e tenho certeza que vamos colher bons frutos.
OE – Quais deputados serão parceiros do seu governo?
Eliana Santos – Todos que atuaram em nossa campanha e que demonstraram boas intenções com Ribeirão Grande. Na Câmara Federal teremos o apoio dos deputados Vitor Lippi e Vicentinho e na Assembleia Legislativa temos parceiros como Edson Giriboni, João Caramez e, sem dúvida, da deputada Maria Lúcia Amary, e aos demais que queiram contribuir com a nossa cidade.
OE – Qual sua ideia com relação ao fechamento da fábrica de cimento?
Eliana Santos – Junto com o prefeito eleito de Capão Bonito, Marco Citadini, já iniciamos um diálogo com o senador José Aníbal para que ele articule uma reunião junto ao CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para discutirmos a questão da fábrica de cimento de Ribeirão Grande e que pertence ao Grupo Votorantim. O fechamento da fábrica gerou muito desemprego em Ribeirão Grande e também em Capão Bonito. Vamos trabalhar para reativar a fábrica ou para que o Grupo Votorantim venda a outro grupo cimenteiro. O que não pode é ficar desse jeito, parado.