Projeto quer resgatar e preservar a história de Capão Bonito

A Prefeitura Municipal de Capão Bonito, através da Divisão de Cultura incorporada agora pela Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Turismo, lançou um novo projeto para resgatar e preservar a história do município através da criação do Museu da Imagem e do Som Capão-Bonitense.
Nessa primeira fase, estão sendo realizadas entrevistas com personalidades que participaram ativamente da história do município que já começaram a ser postadas num canal especial no You Tube.
A primeira entrevista foi com o ilustre morador Izaltino Amaro, de 90 anos.
O trabalho está sendo conduzido pelos representantes do Departamento de Cultura – Paulo Honorato e Renato Heber com apoio técnico do fotógrafo e integrante da equipe de Assessoria de Imprensa da prefeitura – Felippe Oliveira.
A segunda entrevista realizada para o Museu da Imagem e do Som foi com o ex-vereador Cornélio Romualdo de Campos “Cornelinho”, que também lembrou fatos da época em que atuava pelo Poder Legislativo de Ca-pão Bonito em prol da população local.
O Museu da Imagem e do Som também já começou a disponibilizar reportagens em grandes jornais sobre a cidade e fotos históricas.
“Não podemos deixar nossa história ser esquecida. Esses relatos serão depoimentos importantes sobre a nossa cidade e farão parte de um acervo perpétuo de Capão Bonito”, destacou o prefeito Marco Citadini.

Izaltino Amaro, quase um século de boas histórias
Segundo depoimento de Izaltino Amaro, Capão Bonito não tinha máquinas um século atrás e começou a ser construída na base do enxadão e da foice.
“Se faziam picadas no meio do mato com pessoas que entendiam disso e começavam a riscar ruas. Foi assim que apareceram as primeiras casas. A maior parte das pessoas tinha pouco recurso. Havia também uma dificuldade grande para transportar coisas e objetos, a maior parte vinha em cestos. Carroças também eram poucas. ‘João da Candinha’ tinha uma. A cidade começou a crescer mais quando começaram a chegar carretas e viajantes de Ponta Grossa (PR)”, contou Izaltino.
A religiosidade sempre muito presente na história do município também foi destacada por Izaltino Amaro através da Festa do Divino, da romaria até Iguape e também através do ilustre padre Arlindo Vieira. “O padre Arlindo Vieira falava coisas fortes e duras nos levando a meditar naquilo e chegar a conclusão na maioria das vezes que ele tinha razão”.

Cornélio de Campos: “Política era feita de amigos e não se ganhava nada”
Cornélio Romualdo de Campos também trouxe um importante depoimento sobre a história política da cidade.
“A política de Capão Bonito no meu tempo era de amigos e não se ganhava nada por isso. Havia um respeito muito grande e chegávamos a ter de 5 a 6 batizados por domingo, gerando um grande número de afilhados. Essa ligação fazia a gente ser votado devido a consideração”, afirmou Cornélio.
O ex-vereador também lembrou quando trabalhou no transporte de pacientes para outras cidades, um serviço considerado fundamental em sua época.
“Viajava sem dinheiro e abastecia no Posto Ikeda que fornecia para prefeitura. Minha saudosa esposa Maria de Campos costurava e me ajudava a atender as pessoas que chegavam a posar na minha casa para serem levadas”, contou.
Cornélio de Campos também lembrou seu trabalho na rádio Cacique. “Foi através da rádio que consegui fazer um grande trabalho para ajudar os mais pobres, pois a rádio facilitava muito o contato”.

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