“O Ensino Integral mudou a minha vida”, diz jovem grafiteiro

REPORTAGEM D’O EXPRESSO

José Luiz Rodrigues, 20 anos, confessa que era mau aluno e que as aulas convencionais e tradicionais não despertavam interesse pelo ensino. “As aulas eram chatas e os professores não interagiam com os alunos. Mandavam apenas copiar a matéria e todos reclamavam disso”, falou.
Morador do Jardim São Francisco, José Luiz estudou o Ensino Fundamental na escola Maria da Conceição Lucas Mieldazis, na Vila São Paulo, mas foi a escola estadual Padre Arlindo Vieira, que hoje utiliza o método do Ensino Integral, que o fez mudar a maneira de enxergar a Educação. “O tipo de aula que eu tinha até o 9º ano do Ensino Fundamental não gerava nenhum tipo de estímulo, mas quando ingressei no Ensino Integral, mudei a forma de ver a Educação”, conta.
Ele conta que sua transformação como aluno se deve às atividades complementares oferecidas no método integral, como oficinas culturais e de artes. “As atividades do Ensino Integral mudaram a minha vida e foi numas dessas oficinas que decidi a minha profissão”, relatou.
Rodrigues sempre apresentou habilidades artísticas voltadas ao desenho e foi através de um workshop de grafite, organizado pela professora de Artes, Camila Josefina, que ele teve a oportunidade de conhecer as técnicas desta arte urbana, compreendendo os processos de montagem e composição e os efeitos de cores que o método possibilita. “Jamais imaginei a arte como profissão”, disse.
Depois desta experiência prática, iniciou seus primeiros trabalhos de grafite em espaços urbanos de Capão Bonito. O trabalho desenvolvido pelo jovem artista capão-bonitense também ganhou reconhecimento regional e foi convidado para desenvolver grafites nas cidades de Ribeirão Grande e São Miguel Arcanjo. “Mesmo ainda sofrendo algumas resistências e preconceito com o grafite, consegui realizar vários trabalhos na cidade. O grafite foi, sem dúvida, um divisor de águas em minha vida”, falou.
Além de ser uma paixão, hoje, a arte virou um meio de sobrevivência e a profissão que carregará pelo resto da sua vida. José Luiz pretende também ingressar num curso superior voltado à área de ilustração ou Publicidade e Propaganda e para isso, tem dedicado boa parte de seu tempo aos estudos.

“Já estou realizando alguns trabalhos de ilustração, mas quero me especializar e futuramente trabalhar com desenhos infantis para livros e revistas”, colocou.
Quem tiver a curiosidade de conhecer um de seus trabalhos de arte desenvolvido em Capão Bonito, ele recomenda uma pequena casa abandonada na avenida Santos Dumont, nas proximidades do Cemitério São João Batista. “Foi um dos primeiros trabalhos que desenvolvi e tenho carinho especial”, declarou José Luiz.

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