Há alguns dias o mundo ficou aturdido pelo resultado das eleições para presidente dos Estados Unidos da América, este que é o país mais poderoso econômica e belicamente do mundo, que deu vitória no colégio eleitoral ao candidato do Partido Republicano, Donald Trump. Como acreditavam os institutos de pesquisa e a opinião pública mundial, os americanos deram numericamente a vitória a candidata do Partido Democrata, Hillary Clinton, mas na terra do “Tio Sam” ter mais votos populares não implica em vitória no colégio eleitoral, que é quem indica o futuro presidente da mais poderosa nação do mundo, já que desde a independência daquele país o sistema eleitoral é o mesmo e embora tenha sido contestado em algumas oportunidades, trata-se de uma regra que todos os candidatos conheciam e não houve mudança durante a disputa.
Independente se o resultado é justo ou não, nós que moramos em outro país temos que aceitar o veredicto das urnas, até porque qualquer outra nação também não gostaria que estrangeiros interferissem nos temas que são seus. A preocupação mundial deve-se ao fato do candidato vitorioso durante a campanha eleitoral ter dado declarações polêmicas que indicam que haverá o recrudescimento de muitas políticas e ações adotadas pelo governo norte-americano.
Trump atacou imigrantes ilegais, falou em construir um muro na divisa com o México, disse que não vai acatar o acordo mundial sobre o clima e tantos outros temas que afetam a vida do cidadão americano, mas que devido ao fato dos Estados Unidos serem uma potência, acabaram tendo reflexo em todo o mundo.
Basta que vejamos o comportamento de ascensão do valor do dólar em comparação ao nosso real desde a divulgação do resultado eleitoral.
Não adianta que nós façamos protestos, que nossas autoridades declarem sua preferência pela candidata do Partido Democrata, pois uma massa silenciosa de americanos que moram nas cidades do interior e que são na sua grande maioria brancos, entende que Donald Trump representa-os de uma maneira mais efetiva do que outro qualquer candidato.
Fica claro para toda a opinião pública mundial que uma parcela enorme da população torce o nariz para os milhões de imigrantes que estão no seu país, que não aceita políticas públicas mais abertas como as que defendem casamento entre pessoas do mesmo sexo, que não querem falar sobre temas como o controle da venda de armas e tantas outras questões que aflige a vida dos conterrâneos de Trump. Era óbvio que norte-americanos são racistas, que não gostam que imigrantes avancem sobre seus empregos, mas antes de Trump não se tinha a dimensão deste percentual de cidadãos. Cabe-nos a resignação para aqueles que não ficaram felizes com o resultado eleitoral que também não agradou a quase toda a opinião pública mundial. Torçamos agora para que pelo menos uma parcela das declarações dadas pelo futuro presidente americano seja parte de sua estratégia de campanha, se não o for, temos que aceitar, pois como diz o ditado popular: “sapo de fora não chia”.