A quem interessa?

Na semana passada a escola municipal Angelino Sudário de Souza, que está situada no bairro dos Proenças em Capão Bonito, foi alvo de matéria feita pela imprensa televisa da região apontando irregularidades em sua gestão.
Foram denunciadas a falta de água, acomodação irregular de alunos numa classe improvisada, baratas em embalagens de frutas e pães e que alunos teriam feito serviços que deveriam ser de adultos na mudança de um armário. A imprensa fez seu papel ao ser contatada por pessoas ligadas à comunidade com reclamação à escola, ouviu as partes e acolheu as fotos e em seguida questionou as autoridades municipais sobre as eventuais irregularidades e quais seriam as providências que seriam tomadas pela prefeitura. Os responsáveis pela municipalidade agiram rapidamente e comunicaram a instauração de uma sindicância para apurar os desvios, pois atender crianças e adolescentes deve ser algo primordial para toda e qualquer gestão municipal.
O que chama a atenção no episódio do bairro dos Proenças é que ele foi tornado público poucos dias após o município ter sido eleito pela Fundação Abrinq como um dos 6 melhores do país no quesito atenção à criança e ao adolescente.
Além da questão das proximidades das datas, ainda chamou a atenção no início do processo de investigação da irregularidade o fato de que as fotos com insetos num pacote de pão e num saco plástico com maçãs foram feitas há meses.
Se a intenção do denunciante era mesmo o bem estar das crianças que estudam na escola do bairro dos Proenças por que não fez a referida denúncia quando tirou a foto?
Por que antes de buscar a mídia não fez as mesmas denúncias na Secretaria Municipal de Educação e Corregedoria Municipal que foi implantada há 7 anos na administração municipal?
Se estes órgãos do município não tivessem dado o devido retorno, aí sim a imprensa deveria ter sido acionada.
Fazer o papel de fiscalizador é uma função nobre que todo cidadão deveria exercer, mas usar a mídia para uma denúncia eleitoreira não traz nenhuma contribuição efetiva para a sociedade, pois desqualifica a ação. Lamenta-se que no caso em questão sejam fortes os sinais de que a denúncia foi amplamente planejada para se divulgar no momento do recebimento da premiação pelo município fosse divulgada.
Política deve sempre ser feita com “P” maiúsculo, onde se debatem ideias, princípios, pontos de vistas e projetos e não como forma rasteira para se chegar ao poder para interesses dos mais escusos possíveis.

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