Do limão a limonada

Este semanário publicou com exclusividade na semana passada que a Assembleia Legislativa do Estado aprovou projeto que viabiliza a concessão de 25 Parques Estaduais espalhados por todas as partes do Estado para a iniciativa privada. O termo concessão foi amplamente usado pelos defensores do projeto que querem evitar que o governo estadual comandado pelo tucano Geraldo Alckmin fique com a pecha de ter privatizado até o meio ambiente paulista.
A mudança do termo é uma forma de evitar desgaste já que durante o governo federal do presidente da República do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, foram privatizados inúmeros serviços federais e estaduais que antes eram feitos por empresas públicas.
Estas privatizações em alguns casos deram certo, mas em outros como das ferrovias se mostraram um verdadeiro fracasso. Temendo a repercussão negativa com mais esta iniciativa de privatização tucanos e seus aliados tentam com jogos de linguagem amenizar possíveis desgastes. Nos últimos anos as administrações dos parques florestais sofreram com o corte consecutivo de recursos e com a diminuição de seus orçamentos. Esta iniciativa, segundo defensores do meio ambiente, foi feita de forma proposital para que os parques não tivessem condições de se manter e fossem levados para a privatização que está sendo efetivada com o projeto aprovado pelos deputados paulistas na semana passada. Cidades da região serão afetadas com a medida, pois os parques Intervales, Carlos Botelho e Petar, que ocupam áreas dos municípios de Capão Bonito, São Miguel Arcanjo, Apiaí, Guapiara e Ribeirão Grande estão entre os 25 escolhidos para serem concedidos à iniciativa privada.
Apesar das disputas de teses políticas sobre privatização ou estatização de serviços, na atual conjuntura e com recursos cada vez mais escassos não havia outra alternativa ao Estado de São Paulo a não ser conceder à iniciativa privada o direito de exploração de parques estaduais.
Ao repassar para empresas particulares a administração de alguns serviços que atualmente são prestados por órgãos do governo, abre-se a possibilidade dos parques terem uma gestão mais eficiente, melhorando os serviços prestados e com isso cria-se a expectativa de aumento do fluxo de turistas e visitantes.
A iniciativa pode ser a solução para alguns problemas que existem nos parques e pode também refletir em incremento da atividade turística nas cidades no entorno dos Parques o que pode ser benéfico para os municípios da nossa região.
Como o projeto de concessão à iniciativa privada aprovado pelos deputados não foi algo discutido com a comunidade, cabe agora aos moradores e pessoas ligadas ao meio ambiente e ao turismo da região fazerem do limão a limonada para que este importante segmento da economia local, que é o turismo, seja explorado de uma forma mais eficiente para e que possibilite distribuição e geração de renda para os moradores do sudoeste.

 

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